máquina de retratos

retratos tirados ao acaso. objectos que chamam a atenção. o olhar. um olhar. o meu. sobre o mundo. o retratado. o fictício. o inexistente. o que já foi. o que ficou no filme. o que ficou gravado. uma máquina. falível, como todas as máquinas. um olhar. subjectivo como qualquer olhar. um retrato. fixo e eterno. como qualquer retrato.

7.25.2005

click

e de repente nada mais se ouviu a não ser aquele estalo. aquele click de um dedo que pressionou o botão da máquina, que fez com que o mecanismo funcionasse, que fez abrir a objectiva a capturar o que se passava do lado de lá.
naquele momento nada mais houve a não ser aquele click. só o som. nem o que ele significava existiu. nem a objectiva se abriu. nem o filme registou o que se passava. porque nada existia. só o click. e é impossível capturá-lo.
o click sente-se. o dedo sente o botão, a sua resistência, sente a vontade de ser livre outra vez. nem sempre o botão se deixa prender. nem sempre ele reage como o dedo quer. também tem manias. também as ganha. também tem medos. também mete medo.

só... click.
nada mais que... click.


e... click.

tudo voltou a fazer sentido novamente.
o mundo voltou a respirar. a terra voltou a girar em torno do sol. o dia foi progredindo para a noite. e nós... nós continuámos a nossa caminhada que o click juntou de novo.


vou apagar a luz, sim? vamos dormir?

click.

1 Comments:

às 12:05 Anonymous Anónimo fotografou...

Parabéns pelas duas razões!!! :)

 

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